10/11/17
Nos últimos tempos dois tipos de acontecimentos têm preocupado os portugueses: por um lado os incêndios florestais, que de tão violentos têm sido trágicos e mortíferos, por outro lado a seca severa que o país tem atravessado e que pode também vir a ser trágica.
A seca ou estiagem é um fenómeno climático causado pela falta de precipitação pluviométrica, ou chuva, numa determinada região por um período de tempo muito grande, ou seja, refere-se a tempo seco de longa duração.
Se estiver certo o que aprendemos, ainda cedo na escola primária, quanto maior a arborização das regiões, maior é a possibilidade de precipitação, sendo verdadeiro o seu inverso, quanto menor for a arborização menor é a precipitação. Então temos vindo a passar por uma situação que poderíamos chamar de “pescadinha de rabo na boca”, uma vez que os fogos reduzem as zonas arborizadas e logo diminuem as probabilidades de haver chuva, o que provoca a seca ou, dito de outra forma, estamos perante duas faces da mesma moeda a que podemos chamar alterações climáticas.
Pessoalmente há muito tempo que me preocupa o problema da água. Não sei se por ser alentejano e de pequeno me ir apercebendo da falta de água, se por cada vez mais me preocupar com as alterações climáticas e dentro dos seus efeitos a água ser das mais atingidas, ou se por causa das duas coisas, o que é certo é que até chego a sonhar com a falta de água.
Aliás, eu penso que se houver uma terceira guerra mundial a mesma será causada não pelas bombas atómicas ou de hidrogénio de qualquer país, mas antes resultante de disputas pela água.
Isto, que a mim já faz sofrer, devia merecer de cada ser humano uma reflexão séria e uma mudança geral de atitude perante a água. É absolutamente necessário poupar a água e tratá-la como o bem mais precioso que temos e que é imprescindível à nossa vida e à vida de todo o planeta.
Pode até parecer choradinho, mas não é. Não podemos deixar-nos ir na conversa de um presidente de um grande país mundial, que acha que o problema das alterações climáticas é uma ficção criada por uns quantos cientistas de esquerda.
Parafraseando um amigo afirmo que devemos tratar bem, o melhor bem da natureza, a água.