NÓS PODEMOS DAR O NOSSO CONTRIBUTO

10/09/16

O ambiente deveria ser e, julgo poder afirmar, é preocupação de todas ou quase todas as pessoas. Estou convicto que se perguntarmos a cem pessoas sobre a sua preocupação com a poluição atmosférica e com as alterações climáticas daí resultantes, mais de 95% delas responderá que sim, que se preocupa, mas se lhes perguntarmos o que faz ou pode fazer para reduzir essa poluição, a maioria responderá que pouco ou nada pode fazer, achando que isso cabe a outros resolver.

Nesta como noutras situações da nossa vida diária, nós estamos, muitas vezes, mais disponíveis para criticar, para achar que está mal, para descarregar sobre os outros a responsabilidade por aquilo de que não gostamos ou que nos é prejudicial e muito menos disponíveis para analisar o problema e ver o que cada um poderia fazer para ajudar a resolvê-lo.

Apesar de, para os resultados globais das alterações ambientais, o somatório das ações individuais de todos nós ter um grande peso, quando colocados perante a situação, a tendência é considerar que sozinhos nada podemos fazer. Não é por um reduzir as suas deslocações de automóvel, que o mundo se salva.

Se pensarmos positivo, admitindo que o nosso exemplo pode florir, desenvolver-se e ganhar mais apoiantes então estamos a fazer algo que ajudará a resolver ou pelo menos a reduzir o problema de que temos vindo a tratar.

Deixem-me dar-vos um pouco da minha experiência. Aqui há uns anos comecei a andar de bicicleta. Viam-se poucas pessoas, mas hoje veem-se muitas mais. Depois entendi que além de me divertir a andar de bicicleta, podia também dar a essa actividade um fim ainda mais útil e passei a deixar o carro algures estacionado e vir de bicicleta para o trabalho. Com esta atitude, achava eu que estava a reduzir a poluição atmosférica, a aliviar a pressão viária na cidade, e ao mesmo tempo a fazer exercício, que a classe médica tanto incentiva a fazer, por ser bom para a saúde, por fim, ainda economizava algum dinheiro.

Modéstia à parte, eu acho que esta minha atitude tem valor e produz efeitos. Mas, entendia também, que esta atitude podia produzir ainda mais efeitos se fosse dada a conhecer. Foi por isso, que passei a partilhar com muita gente, através do fecebook, essas minhas viagens de bicicleta para o trabalho, o que levou alguns colegas a perguntar-me porquê publicar tais feitos. Está aqui a resposta. Sou um militante pela utilização da bicicleta e pela criação de infraestruturas para que tal seja possível. Eu acho que nós podemos dar o nosso contributo.