SAUDAR A MULHER, FORA DO DIA INTERNACIONAL DA MULHER

10/03/17

Era dia 8 de Março, quando me dispus a escrever este texto, como sempre com grandes dificuldades em escolher sobre o que escrever e lembrei-me, olha, se a revista fosse publicada hoje escreveria sobre a mulher, uma vez que se comemora hoje o Dia Internacional da Mulher, altura em que fica bem, dizer coisas bonitas à mulher, ou sobre ela tecer loas.

Confesso que nunca fui muito destes “dias” da Mãe, do Pai, da Mulher, etc. Isto porque considero que Mãe, Pai, Mulher, Homem, não têm um dia, têm um ano de dias, uma vida de dias. Temos de nos “educar” o suficiente para não precisarmos de dias para comemorar a mulher. O problema é a igualdade de géneros, é o respeito, é a consideração, é a valorização e, isso, deve ser vivido e praticado todos os dias e não apenas num dia específico. Por isso mesmo, decidi escrever este texto, que apenas será lido já fora do dia comemorativo. Dois dias depois.

Bom, mas respeito quem pensa de outra forma, que acha importante ter um dia para realçar a importância do que se entende importante.

No caso da Mulher, que é o que estou a abordar, tenho dúvidas sobre tudo, pensando mesmo, que muitas mulheres também se questionarão sobre o tema e como li uma opinião de uma jornalista que toca nas minhas dúvidas decidi transcrever uma parte das suas dúvidas. Pergunta a Mulher, de seu nome Catarina Santos Botelho: “precisarão as mulheres, nos Estados de Direito contemporâneos, de medidas de discriminação positiva, tais como “quotas”? Contribuirão essas medidas construtivamente para a perspectivação das mulheres como seres dotados de igual dignidade e de idênticas capacidades físicas, intelectuais e psicológicas? Será que manifestações colectivas de empoderamento feminino (vulgo, “girl power”) não irão precisamente surtir um efeito contrário ao pretendido, destacando as mulheres pela negativa, perpetuando estereótipos de uma visão sobrecarregada de sexualidade, da mulher-objeto, de instrumentalização de uma suposta fragilidade e inferioridade femininas, numa lógica de vitimização ou num discurso de “coitadinhas”?”.

São dúvidas, são perguntas, para as quais cada um terá as suas respostas…

Para terminar, saúdo, com carinho e solidariedade, todas as mulheres, desejando que elas consigam convencer-se a elas próprias e aos homens, que somos todos iguais, apesar das claras diferenças.