IRÁ A ROBÓTICA ROUBAR OS NOSSOS POSTOS DE TRABALHO?

10/08/18

Desde o século XVIII até aos dias de hoje as pessoas que trabalham por conta de outrem tem tido como companheira de viagem a preocupação com a perda dos seus postos de trabalho provocada pelo desenvolvimento.

É conhecido o processo de grandes transformações económico-sociais que começou na Inglaterra com a introdução do tear mecânico que ficou conhecido como a revolução industrial, a qual foi continuada com o aperfeiçoamento da máquina a vapor. No fundo tratou-se da substituição das ferramentas pelas máquinas, da energia humana pela energia motriz e do modo de produção doméstico ou artesanal pelo sistema fabril. O medo foi tanto de perder os postos de trabalho que alguns trabalhadores pensaram e executaram a destruição das ameaçadoras máquinas.

A seguir vieram outras inovações também elas preocupantes para os trabalhadores porque alteravam as leis do trabalho, como o emprego do aço, a utilização da energia elétrica e dos combustíveis derivados do petróleo, a invenção do motor a explosão, da locomotiva a vapor etc. etc..

Alguns especialistas dizem que agora estamos a viver a terceira etapa da revolução industrial, esta bem mais rápida e avassaladora uma vez que o desenvolvimento tecnológico é muito mais rápido. O computador, os novos materiais, os novos meios de comunicação com o telemóvel a internet, enfim, a robótica, têm vindo a provocar grandes alterações, progressivamente, na actividade laboral das pessoas.

Enquanto foi só nas fábricas não se deu tanto por ela, mas agora o caso está a acontecer em empregos como o dos bancários, por exemplo, onde já existem várias empresas a despedir trabalhadores substituindo-os por robôs. É o caso do Grupo Nordea que reduziu em 8% o número dos bancários substituindo-os por robôs e segundo Casper Von Koskull, CEO da instituição, o setor financeiro poderá ficar com apenas metade da sua atual força de trabalho daqui a uma década. Outros grupos seguem-lhe o exemplo como é o caso do SEB banka, cujo o seu CEO Johan Torgeby diz que “tudo o que puder ser automatizado será automatizado”.

Acresce que vários investigadores têm chamado a atenção para a rapidez com que a automatização tem mudado o mercado de trabalho. E avisam: em poucos anos, metade dos postos de trabalho do mundo poderá já ter desaparecido.

E desengane-se quem pensa que só os sectores tradicionalmente tecnológicos é que aparecem nestas contas. Contabilistas, advogados, médicos e até professores não estão a salvo, já que os computadores serão capazes de analisar e comparar grandes conjuntos de dados. Muitos preveem também que os computadores se tornem cada vez mais capazes de eliminar a margem de erro que existe na maioria das profissões.

No caso dos transportes marítimos esta situação coloca-se também, tanto mais que já existem navios autónomos a funcionar em testes e é de supor que venham a aumentar, reduzindo, assim, drasticamente o número dos postos de trabalho, colocando-nos a questão se irá a robótica roubar os nossos postos de trabalho?

Penso que sim. Penso que o progresso irá no sentido de automatizar tudo o que for possível, alterando radicalmente os postos de trabalho não só em número, mas também na sua qualidade. Há funções que vão desaparecer, mas outras irão surgir temos é de antecipar e prepararmo-nos para elas. No nosso caso será muito importante o papel reservado `ENIDH, que deverá alterar os programas de ensino adequando-os ao que aí vem.