
10/03/18
O nosso país, em praticamente toda a sua extensão, tem vindo a atravessar um período de seca severa, que tem afectado o abastecimento de água às populações, a agricultura em geral com especial relevo para as culturas de sequeiro e as pastagens e o abastecimento dos bebedouros dos animais.
Segundo os especialistas passámos por todos os tipos de seca que existem: a meteorológica, quando existe um défice de precipitação, a agrícola, quando o défice se mantém por mais dois ou três meses e as deficiências passam para o solo, a seguir, continuando a não haver precipitação, a hidrológica que é quando começa a haver falta de água nas barragens e depois vem a seca sócio-económica, quando já tem impacto na população.
Todos estamos lembrados dos comboios de carros-cisternas transportando água da barragem da Aguieira para a barragem de Fagilde, com vista a garantir o abastecimento aos concelhos de Viseu, Mangualde, Nelas e Penalva do Castelo.
A natureza a tirar, fazendo tocar “os sinos” todos, que gostaríamos que todos ouvissem e mudassem as suas atitudes, porque “a seca é um problema estrutural com que o país terá de aprender a viver” ouvi um ministro dizer e concordo.
Mas agora a natureza já está a dar. Em nove dias choveu quase o dobro do normal em todo o mês de março! As barragens já viram as suas reservas aumentar em média 20%, apenas em duas semanas, e algumas já estão a fazer descargas, prevendo um aumento das afluências nos próximos dias. Segundo o IPMA a chuva vai manter-se até à chegada da primavera.
Para hoje, sábado, prevê-se uma pequena melhoria das condições atmosféricas, mas, ainda assim, deverão ocorrer trovoadas, vento forte e queda de granizo. No final dia o vento irá rodar para oeste e voltam as chuvas intensas durante toda a noite de sábado para domingo.
A natureza merece de todos nós um muito maior respeito. Ela tira, mas ela devolve, nós é que só tiramos.
As alterações climáticas, em grande medida responsáveis pelas secas e pelas inundações, são promovidas pelo exagerado e descuidado consumo da humanidade e pelas consequentes emissões de gases com efeito de estufa, as quais podem e devem ser reduzidas.