ACORDO HOUVE, AGORA DESEJAMOS QUE SE CUMPRA

10/01/2016

No recém passado mês de Dezembro quando escrevi sobre a Conferência Internacional de Paris sobre as alterações climáticas, dizía que o que tínhamos a fazer era gritar bem alto: é necessário um acordo mundial na COP 21!

É com grande satisfação, que agora podemos congratular-nos com o trabalho daquelas centenas de pessoas, de 195 países, que após árduas e demoradas negociações conseguiram obter um acordo entre todos.

O ponto central do chamado Acordo de Paris, que entrará em vigor a partir de 2020, é a obrigação de participação de todas as nações – e não apenas países ricos – no combate às mudanças climáticas. Ao todo, 195 países membros da Convenção do Clima da ONU e a União Europeia ratificaram o documento.

O objetivo de longo prazo do acordo é manter o aquecimento global “muito abaixo de 2ºC”. Esse é o ponto a partir do qual cientistas afirmam que o planeta estaria condenado a um futuro sem saída, de efeitos devastadores, como a elevação do nível do mar, eventos climáticos extremos (como secas, tempestades e enchentes) e falta de água e alimentos.

O texto faz referência a esforços para limitar o aumento da temperatura a 1,5ºC, sem, contudo, determinar obrigações concretas de redução de emissões por país. Nesta matéria será cada país a decidir voluntariamente o que fazer. Sobre isso disse Carlos Rittl, secretário-executivo do Observatório do Clima “O texto deixa essencialmente nas mãos de cada país, de forma voluntária, a decisão sobre ampliar as acções de corte de emissões e o financiamento aos países menos desenvolvidos. Isso será viável caso os países mantenham o espírito de consenso que tornou Paris possível. Mas, se essa vontade falhar, corremos o risco de chegar a 2030 ainda numa trajetória de 3ºC, algo incompatível com a civilização como a conhecemos“.

Embora tenham considerado o acordo histórico, muitos ambientalistas fizeram ressalvas em relação a esse ponto.

Os cortes de emissões prometidos pelos países agora ainda são totalmente insuficientes, mas o acordo como um todo manda uma forte mensagem a empresários, investidores e cidadãos: a energia agora é limpa e os combustíveis fósseis pertencem ao passado“, disse a cientista Corinne Le Quere, diretora do Centro Tyndall para Pesquisa do Clima, da Inglaterra.

Na nossa opinião era necessário um abanão deste tipo, para que o mundo todo, do mais rico ao mais podre, perceba que é obrigação de todos cuidar do nosso clima, do nosso ambiente, sob pena de ficarmos sem condições para viver. Houve acordo, agora desejamos que ele se cumpra.