REVISÃO DE TABELAS EDP 2020

Atribulada e difícil como em anos anteriores, a presente negociação foi também bem mais demorada do que as antes realizadas com a mesma finalidade. De facto, começada a negociação em 21 de Janeiro do corrente, só agora, quatro meses depois, se deram os trabalhos por concluídos.

Este ano a negociação decorreu num contexto absolutamente diferente e novo, desconhecido para todas as pessoas e organizações de toda a natureza. Um invisível vírus da família Corona, designado SARS-COV-2, causador de uma doença a que a OMS chamou Covid-19 veio provocar uma desregulação completa da nossa vida, obrigando-nos a um sistema de proteção sanitária caracterizada fundamentalmente pelo necessário afastamento físico entre as pessoas, o qual, para ser conseguido, obrigou à medida extrema do estado de emergência.

Perante tal situação, as reuniões de negociação deixaram de ser presenciais, passando a realizar-se por teleconferência e uma vez que a EDP traçou e pôs em funcionamento um plano de combate ao vírus, a actividade negocial primeiro reduziu e depois foi mesmo suspensa, sendo as reuniões apenas para tratar da Covid-19. Só agora, há poucas semanas, a negociação da tabela salarial e cláusulas de expressão pecuniária foi reactivada.

Como então referimos no comunicado referente à segunda reunião, a proposta que a Comissão Negociadora da EDP (CN EDP) apresentou aos Sindicatos era inferior àquela que tinha motivado a revolta da Administração pública, ou seja, apenas 0,2% o que na altura nos mereceu o comentário “estamos descontentes, mas esperançados”.

Mas, a agravar a conjuntura negocial instalou-se a crise económica, que ainda aí está vigorosa e para durar mais algum tempo. No caso em apreço, a produção de energia eléctrica as nuvens eram bastante negras, devido ao encerramento generalizado de grande parte das empresas, mas hoje estamos certos de que foram outros os sectores mais duramente atingidos pela crise. Seja como for, esse ambiente dificultava as pretensões dos Sindicatos.

A acrescentar a tudo isso, a inflação actual está baixa, cerca de 0,25% e a do ano transacto foi 0,3% e nós tínhamos conseguido, como estarão lembrados, um aumento de 1,2% o que dava força à EDP para fazer finca-pé.

A persistência dos Sindicatos, conjugada com a necessária flexibilidade de ambas as partes, permitiu que nesta reunião de 27/5/20, chegássemos a um acordo de aumento que consiste no aumento de 1% nas tabelas e cláusulas de expressão pecuniária, com uma melhoria das BRs e Letras de ingresso, ou seja, a BR1 fica sem ninguém, a BR2 passa para 1000€ e a letra A2 passa para 1500€, perdendo-se o prémio de assinatura que no ano passado os trabalhadores receberam.

Naturalmente a nossa pretensão era maior, mas sabemos reconhecer quando não é viável esticar mais a corda e, por isso, demos o nosso acordo a este acordo, que tem retroactividade a 1 de Janeiro de 2020.

A Direcção