SERÁ QUE ESTAMOS PREDESTINADOS PARA ALGO GRANDE?

10/12/17

Estou a escrever este texto num dia muito enevoado e triste, com alguma chuva à mistura, mas que é um dia feriado nacional. Para os que não sabem, ou não se lembram, a 8 de Dezembro celebra-se o dia da Imaculada Conceição.

Este dia é uma data de grande significado para a Igreja Católica, porque evoca a vida e a virtude da Virgem Maria, mãe de Jesus, concebida sem a marca do pecado original.

Em 25 de março de 1646, o rei D. João IV organizou uma cerimónia solene, em Vila Viçosa, para agradecer, a Nossa Senhora, a Restauração da Independência de Portugal em relação a Espanha. Foi até à igreja de Nossa Senhora da Conceição, declarando-a padroeira e rainha de Portugal. Desde este dia, mais nenhum rei português usou coroa na cabeça, privilégio que estaria disponível apenas para a Imaculada Conceição.

Este mês de Dezembro é muito dado a festas religiosas: esta que já referi e no dia 25 será comemorado, para os Cristãos, o nascimento de Jesus. A seguir, a 31 será realizada uma festa pagã, popular, que é o final do ano, comemora-se o terminar uma etapa e o início de outra.

Se eu fosse um crente, ou se eu fosse um ateu, tinha o meu caminho facilitado, escreveria sobre a façanha de Nossa Senhora da Conceição relativa à Restauração da Independência de Portugal ou então escreveria sobre a inexistência de qualquer deus ou qualquer santa e desdenhava quem se afeiçoasse à ideia de uma Santa a correr de cá com os espanhóis. Mas, sendo agnóstico, não faço nem uma coisa nem outra, limito-me a respeitar as crenças de cada um e a admitir que há muita coisa que eu desconheço e outras tantas que não compreendo. E aguardo.

Sem conseguir fugir a estas três maneiras de estar, porventura outras haverá, dou, por vezes, comigo a pensar: será que estamos predestinados para algo grande? Será que iremos ter algum papel determinante no evoluir da humanidade?

Podem até achar que estou um pouco desaparafusado, mas, pensem comigo: sendo um país tão pequeno, com tão pouca população, economicamente frágil, começámos por dar o pontapé de saída no que agora se chama globalização, abrindo, com os descobrimentos, portas até então fechadas, promovendo a socialização, entre si, muitas zonas do mundo.

Neste momento temos o Secretário Geral da ONU, o, até há pouco impensável, Presidente do Eurogrupo, já tivemos o Presidente da Comissão Europeia, temos o melhor jogador do mundo de futebol, que venceu esse título por 5 vezes nos últimos 9 anos, tornando Portugal no país com mais bolas de ouro, temos um Governo, que alguns designam por “geringonça”, mas que tem obtido resultados espectaculares na sua governação, que toda a Europa observa de olhos esbugalhados. Enfim, não quero ser fastidioso com os exemplos e fico por aqui, mas o que digo é que isto vai contra a “verdade” probabilística e estatística que, na maioria das situações, nos impõem como instrumento de medida.

Bom, se já pensaram comigo, agora comentem.

Numa perspectiva agnóstica e de família gostaria de aproveitar esta altura para desejar a todos os nossos leitores um feliz Natal e um próspero ano de 2018.