NÃO SE TRABALHA, PORQUE SE COMEMORA O DIA DE QUEM TRABALHA E DEVE TER DIREITOS

Uma semana depois de termos comemorado o nosso Dia da Liberdade, o 25 de Abril de 74, aí temos mais uma comemoração de profundo significado, não apenas para nós portugueses, mas também para todos os trabalhadores a nível mundial, o 1º de Maio.

Na primeira comemoração, muito de debateu sobre a propriedade do 25 de Abril, da esquerda até à extrema-direita, toda a gente apresentou a sua habilitação de herdeiros, candidatando-se, assim, a herdeiros do 25 de Abril, como se este dia estivesse destinado a partilhas, ou seja, a partir aos bocados e distribuir por esses candidatos.

Se havia ou há dúvidas sobre a propriedade do 25 de Abril ou se isso era ou é uma questão a exigir solução, já o mesmo não se colocará, certamente, sobre o 1º de Maio, porque desde o seu início, sempre foi um dia destinado ao mundo do trabalho, a quem trabalha, a todos os trabalhadores.

E o que se comemora hoje são os direitos que os trabalhadores devem ter, porque trabalham e com o seu trabalho servem a comunidade.

No fundo, hoje como antes, a questão que se coloca é saber se o trabalho é escravidão ou se é um desempenho necessário e útil à sociedade e, sendo assim, digno de ser tratado com parcimónia e devidamente recompensado.

Infelizmente, parece-nos que, cada vez mais, os trabalhadores têm menos direitos, com mais obrigações e com salários mais baixos.

Isso parece resultar de uma cada vez menor participação dos trabalhadores nas suas organizações de classe, os Sindicatos.

É como se vencesse a convicção de que os trabalhadores não necessitam de organização, não necessitam de ser defendidos, não necessitam de Sindicatos, porque, ao fim e ao cabo, os patrões defendem e satisfazem os direitos e interesses dos trabalhadores, tornando redundantes os Sindicatos.

Nada mais errado!

Cabe aos trabalhadores lutar pelos seus direitos e, para isso, necessitam de estar organizados. Ninguém se safa sozinho, mesmo aqueles que parecem estar-se a safar. A melhor organização, para não dizer a única, para esse efeito são os Sindicatos. Pode até ser que os Sindicatos venham a ser substituídos por outras formas de organização, mas, nos dias de hoje são os Sindicatos que existem e cumprem o papel de defender os interesses e os direitos dos trabalhadores

É por tudo isso, que entendemos que a comemoração de hoje deve ser dirigida a exigir os direitos que os trabalhadores têm pelo importante papel que desempenham para a sociedade.

Vivam os trabalhadores!

VIVA O 1º DE MAIO!